MOLIÉRE

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 Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière nasceu  em Paris a 15 de janeiro de 1622 e faleceu a 17 de Fevereiro de 1673, foi um dramaturgo francês, além de actor e encenador, considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, até então muito dependente da temática da mitologia grega. Molière usou as suas obras para criticar os costumes da época. 
 Filho de um artesão parisiense, ficou órfão da mãe (Marie Cressé) quando ainda era criança. Entrou em 1633 na prestigiada escola de Jesuítas do Collège de Clermont, onde completou a sua formação académica em 1639. Quando chegou aos 18 anos, o seu pai passou-lhe o título de Tapeceiro ordinário do rei, e o cargo associado de criado de quarto, pelo que teve desde cedo contacto com o rei. Há quem afirme que terá tido formação em direito em Orleães em 1642, mas subsistem algumas dúvidas quanto a isso.

Desde cedo se interessou pelo teatro que estava muito na moda na altura, principalmente depois de Luís XIII, a pedido de Richelieu. Em Junho de 1643, juntamente com a sua amante Madeleine Béjart, um irmão e uma irmã dela, fundou a companhia (troupe) de teatro L'Illustre Théâtre. Fazem algumas actuações na província e, em 1644, apresentam-se em Paris, nesta altura passa a dirigir a companhia, que, entretanto, entra na bancarrota em 1645. A daí assume o pseudónimo de Molière, inspirado no nome de uma pequena aldeia do sul de França. A falência da companhia valeu-lhe algumas semanas de prisão por causa das dívidas. A vida errante durou cerca de 14 anos, durante estas viagens conheceu o Príncipe de Conti, governador do Languedoc, que se tornou seu mecenas de 1653 a 1657.
 Apesar da sua preferência pelo género trágico, Molière tornou-se famoso pelas suas farsas, geralmente de um só acto e apresentadas depois de uma tragédia. Em 1662, Molière casou com Armande, e encenou "Escola de Mulheres", que é, sem dúvida, uma das suas obras-primas.  O rei, Luís XIV concedeu-lhe uma pensão (privilégio pela primeira vez efectuado por um rei a um comediante). Em 1664, encenou "Tartufo", tornando-se no maior escândalo da carreira artística de Molière. Em 1666, apresenta "O Misantropo",considerada, hoje em dia, uma das obras mais refinadas e com um conteúdo moral mais elevado das peças de Molière.
 Moliére entretanto adoece. Um dos mais famosos momentos da biografia de Molière é a sua morte, que se tornou numa referência no meio teatral. É dito que morreu no palco, representando o papel principal da sua última peça. De facto, apenas desmaiou, tendo morrido horas mais tarde em sua casa, sem tomar os sacramentos já que dois padres se recusaram a dar-lhe a última visita, e o terceiro já chegou tarde. Diz-se que estava vestido de amarelo, o que gerou a superstição de que esta cor é fatídica para os actores. Os comediantes (actores) da época não podiam, por lei, ser sepultados nos cemitérios normais (terreno sagrado), já que o clero considerava tal profissão como a mera "representação do falso". Como Molière persistiu na vida de actor até à morte, estava nessa condição. A sua mulher, Armande, pede, contudo, a Luís XIV que lhe providencie um funeral normal. O máximo que o rei consegue fazer é obter do arcebispo a autorização para que o enterrem no cemitério reservado aos nados-mortos (não baptizados). Ainda assim, o enterro é realizado durante a noite.

Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua última obra, O doente imaginário, Molière sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Paris. Em 1792, os seus restos mortais são levados para o Museu dos Monumentos Franceses e, em 1817, transferidos para o cemitério do Père Lachaise, em Paris, ao lado da sepultura de La Fontaine.
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